As perspectivas para a safra 2016/2017 do setor sucroalcooleiro são boas. Com o clima e o câmbio favoráveis e melhores preços de comercialização, a produção de cana-de-açúcar, etanol e açúcar deve crescer no Brasil, assim como as exportações. Com este cenário, representantes do segmento debateram, nesta quarta-feira (16/3), na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), propostas para o próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que devem ser levadas à ministra Kátia Abreu no final deste mês.
“Nossa meta é aumentar o volume de crédito, sem aumento da taxa de juros, para manter o setor competitivo e gerando renda”, revelou o presidente da Comissão Nacional de Cana-de-açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ênio Fernandes. Segundo ele, entre os motivos que ajudam a explicar o momento favorável, estão o maior volume de chuvas, o aquecimento da demanda, pelo etanol, e o câmbio favorável, com a alta do dólar, que alavancou as exportações. “O câmbio atua nas duas pontas. Aumenta os custos, mas também o faturamento. Quando fazemos essa composição, houve mais benefícios do que malefícios”.
Apesar do cenário positivo para a atividade sucroenergética, Fernandes alertou para a crise que tem levado ao fechamento de usinas ou a aquisição delas por outras indústrias maiores, em razão do alto endividamento, que chega ao total aproximado de R$ 70 bilhões. “Em alguns casos, o endividamento é tão grande que nem os bons momentos conseguem sanar. Infelizmente é uma realidade que ainda se mantém”, afirmou presidente da Comissão de Cana-de-Açúcar da CNA.