O consultor Áureo Lantmann, consultor técnico e pesquisador aposentado da Embrapa Soja, alerta, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (09), para o perigo da dessecação em exagero nas lavouras de soja.
Ele destaca que a dessecação é uma recomendação específica para ser utilizada em lavouras desuniformes, que sofreram maior ataque de pragas. Contudo, a generalização da aplicação vem ocorrendo com frequência, o que pode causar problemas para a qualidade do grão.
Lantmann aponta que isso se deve ao fato de que a dessecação "tira toda a água da planta", que fica ávida por água. "Isso se transforma em um campo fantástico para os patógenos que mexem na qualidade do grão", avalia.
Os padrões de exportação da ANEC exigem que, no máximo, apenas 8% da soja apresente problemas de qualidade. A dessecação sem necessidade, portanto, pode afetar o produto em relação a esse fator, impedindo que os produtores recebam o preço total.
Existe, ainda, um grande número de produtores que realizam a dessecação na fase R5 da soja, quando o correto seria realizar na fase R6.