Um estudo divulgado na última quarta-feira (24) pela Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) afirma que os combustíveis alternativos, com destaque para o etanol e o biodiesel, ocupam a segunda posição no ranking de energias sustentáveis que mais empregam no mundo.
Com aproximadamente 1,7 milhão de postos de trabalho gerados em 2016, mais de um terço deles (613 mil) no setor sucroenergético brasileiro, a indústria de biocombustíveis líquidos fica atrás somente da energia solar, que registrou 3,1 milhões de empregados, e supera as fontes hidrelétricas (1,5 milhão nas grandes usinas), eólica (1,1 milhão), biogás (333 mil) e geotérmica (182 mil).
O diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa, cita os benefícios sociais oriundos da produção de etanol no País, destacando o compromisso da indústria canavieira com a melhoria da qualidade do emprego no setor.
“Dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho demonstram que nos últimos dez anos houve um incremento de 70% nos salários pagos aos trabalhadores do segmento, descontando a inflação. Já a taxa de analfabetismo caiu 63,6%, enquanto que o índice de pessoas formadas no ensino médio cresceu 472,1%”, observa.
Em seu relatório, a Irena registra um aumento na contratação de mão de obra para o mercado de energias renováveis, principalmente desde 2012. De lá para cá, cerca de 2,8 milhões de novos trabalhadores foram admitidos neste mercado. Segundo análise da Agência, a “redução dos custos e adoção de políticas favoráveis estimularam os investimentos e o emprego”. Para 2030, a projeção é de que as fontes alternativas empreguem até 24 milhões de pessoas.
Carteira assinada nos biocombustíveis
Segundo o levantamento da Irena, o Brasil é o país que mais proporciona empregos na indústria mundial de biocombustíveis, com 783 mil vagas geradas no ano passado. Seguem-se no ranking os EUA (283 mil trabalhadores), União Europeia (93 mil), Indonésia (154,3 mil), Tailândia (97 mil), Colômbia (85 mil), Malásia (52,5 mil), China (51 mil), Filipinas (42,4 mil) e Índia (35 mil).
Grande parte das vagas vem da atividade agrícola, especificamente dos processos de plantio à colheita das matérias primas usadas na produção de etanol e/ou biodiesel. O restante se encontra na fabricação propriamente dita dos biocombustíveis ou em serviços de construção/manutenção de instalações industriais.