A menos de três meses de entrar em vigor em todo o país, uma determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que exige a instalação de lonas nas carretas que transportam cana-de-açúcar nas rodovias estaduais e federais é alvo de críticas por parte das usinas. O setor argumenta que os gastos são um ônus desnecessário para a produção de açúcar e etanol e que o transporte de cargas, se feito corretamente, dispensa o uso desse tipo de acessório.
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a medida, aplicada ao transporte de cana e de outros produtos, visa impedir o derramamento da carga nas estradas.
Um dos temas discutidos em um seminário de mecanização realizado esta semana em Ribeirão Preto (SP), a lei deveria ter sido melhor discutida, afirma o presidente do Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético (GCEM), Wilson Agapito.
Representante de uma entidade com sede em Ribeirão Preto com mais de 90 usinas associadas, sobretudo no Estado de São Paulo, Agapito garante que a metade das unidades começará a utilizar as lonas em sua frota a partir de abril, quando começa a safra 2017/2018. As demais devem rodar seus caminhões em junho, quando a lei entra em vigor. Por outro lado, o consultor de mecanização Luiz Nitsch estima que 62% das usinas do país ainda não se adequaram.