A questão ambiental tem sido matéria de preocupação das empresas há algum tempo. Diversas iniciativas são desenvolvidas no sentido de minimizar os impactos negativos que a produção pode ter. Nesse sentido, a utilização do plástico, por exemplo, tem sido reavaliada – para diminuir a utilização daqueles feitos com matéria-prima fóssil, o investimento vem sendo crescente no bioplástico produzido com etanol. O Brasil, aliás, é o segundo maior produtor de etanol do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, o que faz com que se destaque nesta produção.
Uma pesquisa realizada pela Tetra Pak em 13 países mostra que os consumidores estão cada vez mais conscientes e tomando atitudes para preservar o meio ambiente, o que inclui a busca por produtos que sejam mais sustentáveis. Segundo o levantamento, na maioria dos países, inclusive no Brasil, as embalagens cartonadas foram consideradas a melhor opção, em relação ao respeito ao meio ambiente, já que o papel é uma matéria-prima renovável. Além disso, 50% dos consumidores acreditam que o uso do polietileno de baixa densidade (LDPE), conhecido como plástico verde, feito a partir de cana-de-açúcar, irá melhorar ainda mais a imagem das embalagens cartonadas. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, 37% dos consumidores buscam regularmente selos ambientais, sendo que 54% deles confiam nas informações contidas nas embalagens dos produtos.
O “polietileno verde” é um produto que utiliza como matéria-prima o etanol – que possui baixo carbono e é renovável – em substituição ao eteno de origem petroquímica. O material é fabricado a partir da fermentação do caldo da cana-de-açúcar e resulta em redução na emissão de gases de efeito estufa. “Trata-se, portanto, de uma excelente alternativa para auxiliar o combate ao aquecimento do planeta. Além desse tipo de plástico, outros tipos também podem ser produzidos a partir da cana, como o PET usado nas garrafas da Coca-Cola, o chamado “Plant Bottle”, ou o “polipropileno verde” – em fase de desenvolvimento comercial -, ou ainda o PHB, bioplástico que tem como atrativo adicional ser biodegradável”, explica o consultor de Emissões e Tecnologias da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc.
Segundo Alfred Szwarc, a visão do setor sucroenergético sobre o bioplástico é extremamente positiva. “Contudo, como os bioplásticos não são produzidos ou comercializados pelas empresas do setor, fica a expectativa de que esses produtos possam ganhar mercado. Uma dificuldade enfrentada atualmente pelos fabricantes é o preço relativamente baixo do petróleo, o que torna os plásticos convencionais mais baratos e dificulta o desenvolvimento do mercado de bioplásticos.”
No Brasil, a Braskem é pioneira nessa produção e desenvolveu o polietileno verde I’m Green™ (PE Verde I’m Green™). O diretor de Químicos Renováveis da empresa, Alexandre Elias, explica que o processo de produção do PE Verde I’m Green começa com a desidratação do etanol para transformá-lo em eteno verde, que segue para as unidades de polimerização, onde é transformado no polietileno. O plástico de cana-de-açúcar é levado, então, para empresas de terceira geração, chamados transformadores ou convertedores, que irão torná-lo produtos ou embalagens finais.