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SÃO PAULO (Reuters) - As usinas do Brasil vão aproveitar o momento de alta no mercado internacional de açúcar para elevar a rentabilidade, em uma janela de oportunidade que pode durar entre dois e três anos, devido à perspectiva de um déficit global de oferta do adoçante, afirmaram executivos de grupos sucroalcooleiros em evento do setor em São Paulo nesta terça-feira. Após anos de crise por causa de preços baixos e endividamento elevado, no entanto, as usinas não pensam ainda em novos investimentos e colocam a desalavancagem como prioridade, até por conta de dúvidas quanto ao futuro do mercado para o etanol. "A transformação da sacarose que iria para o etanol em açúcar, rentabilizando as usinas existentes, nos dá uma visão de que, passada a tempestade, estamos à beira de um momento de rentabilidade bastante positiva", afirmou em apresentação o presidente da Biosev, controlada pelo grupo francês Louis Dreyfus, Rui Chammas. Ele disse, no entanto, que as atuais condições do setor sucroalcooleiro não devem permitir que os ganhos nesse período sejam utilizados para novos investimentos, um discurso que foi reforçado pelo Grupo Coruripe, de Alagoas. "A ordem é desalavancar. O setor precisa se desalavancar. Enquanto não houver uma política clara, para novos investimentos no setor, tem que ser muito corajoso", disse a jornalistas o presidente do grupo, Jucelino Sousa. Ele disse que o setor deve ver ao menos mais dois ou três anos de preços atrativos, um período ao longo do qual a companhia espera ver sua relação entre dívida líquida e geração de caixa (Ebitda) cair de 2,5 na última safra para 1,5 na temporada 2018/19. "A partir daí vamos avaliar oportunidades", afirmou. Segundo Chammas, da Biosev, o Brasil estará no centro das atenções nesse período, uma vez que deverá ser dos países que mais contribuirão para reduzir o esperado déficit de oferta de açúcar nas próximas temporadas. Com isso, começa a haver uma tímida recuperação do interesse dos investidores pelo setor sucroalcooleiro do país, de acordo com Sousa. "Você começa a ouvir algumas sondagens no setor, investidores estratégicos interessados começam a avaliar novamente o setor, mas daí a acontecer algum negócio de fato acho que a gente vai demorar um tempo", afirmou. (Por Luciano Costa) |
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Autor: Fonte: Divisão de Marketing RGÉ Equipamentos Industriais. | |||||||||||||||||
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